11 fevereiro 2012

Basicamente isso...

foto de Michael Deutsch.

Sempre tive as palavras certas nas horas certas. Sempre foi fácil colocar tudo aquilo que pensava, que sentia, em uma pedaço de papel. Mas agora eu não sei mais. É a primeira vez que paro pra pensar nessas coisas nesse ano. E tudo parece tão simples, mas ao mesmo tempo tão complicado. São tantas as sensações, os sentimentos, sinto todos tão juntos e tão diferentes dentro de mim.
As vezes sinto medo das coisas que eu venho sentindo e as vezes essas mesmas coisas me dão coragem pra enfrentar o dia. Tive, até hoje, medo de ser mais gentil, de ser mais amável, de mostrar meus sentimentos. E as vezes, esses mesmos sentimentos que eu quero tanto esconder ficam tão a mostra. Talvez eu não demonstre da maneira certa, ou talvez não há maneira certa de demonstrar. A gente perde tanto tempo pensando, decidindo, com medo de errar, de se machucar, e a vida vai passando, o tempo vai passando e aproveitamos cada vez menos das coisas que poderiam nos fazer mais felizes. Viver não é difícil, mas a gente, de alguma forma, sempre quer que seja. Queremos sempre controlar o futuro, coisa que não há como. Eu tive um sonho esses dias, onde alguém dizia pra mim que eu estava tentando controlar algo impossível, pois o futuro não pertence só a mim, mas também pertencem aos que irão participar dele. Não são só minhas escolhas. É um conjunto de escolhas de todos aqueles que participam da minha vida. Acordei pensando nisso, e de alguma forma, quem quer que tenha me dito isso, nesse sonho, tinha razão. A gente quer ter controle de tanta coisa, inclusive do que as pessoas sentem. Engraçado. Estar vivo é algo frágil. A gente está sempre batendo de frente com a morte todos os dias e nem se dá conta disso. Se ainda estamos vivos, é porque podemos e temos as armas certas pra viver. Podemos transformar nossa vivência em algo bom.
Antes eu procurava a felicidade em coisas grandes, em grandes conquistas. Hoje me dei conta que ela não está em nada disso, visto que felicidade não é um destino, mas um estado de espírito. É impossível estarmos felizes 24 horas por dia, mas, se os sentimentos que consideramos ruins não existissem, esse estado de espírito tão almejado jamais faria qualquer sentido em nossas vidas. Mas faz, pois, na vida, tudo tem hora pra acontecer. E isso é o que há de mais curioso em viver. São quase sete bilhões de pessoas no mundo e as vezes uma, apenas uma tem a capacidade de virar nosso mundo do avesso. Que força é essa? Será que todo aquele papo de destino existe, de fato? Quando falo de pessoas que mudam nossa vida, não me refiro exatamente a grandes amores, mas amigos, familiares. Que, já que toquei no assunto, são pessoas que eu tenho muito a agradecer. Que muitas vezes me tiram do sério com algumas brigas sobre coisas que faço ou que deixo de fazer, mas depois entendo que, se essas pessoas não se preocupassem comigo, jamais agiriam assim. Eu posso dizer que meus amigos são pessoas que as vezes colocam até a amizade em jogo pra falar aquilo que eu preciso ouvir. E sabe de uma coisa? Sou eternamente grata por isso.
Sou grata pela minha vida, pelos meus amigos, familiares e pessoas que fazem parte da minha vida, ou que fizeram em algum momento, até mesmo aquelas que não me fizeram bem, pois foi nesses momentos em que eu adquiri maturidade. Não trocaria minha vida pela vida de outra pessoa, por mais difícil que seja sobreviver nesse mundo louco, eu viveria tudo o que vivi de novo. Posso estar errada, ou não, mas, no momento, o que sinto é basicamente isso.

Tulipa Presentes & Cia

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