08 outubro 2011

Chega vida!!!




Então eu disse pra vida: chega. Muda logo, vai. Antes que eu mude de opinião, ou te sacoleje, aja impulsiva e transtornada, como quando você insiste em dar erro. Desbanca esse papel de drama europeu, e pula logo pra parte do roteiro em que tudo fica mesmo nonsense, romance barato, novela mexicana. E o que fez ela, essa tratante? Parou. Estancou, estacionou. Deixou cada mastigada do que eu como sem gosto, cada gole do que bebo sem refrescar, e inanimada com qualquer novidade furtiva, que deveria emocionar. Esqueceu de aumentar o volume, e ainda, com a maior audácia, fez questão de pressionar o mute. Bandoleira. Jogou de volta pra dentro do baú de irracionais fantasias, e irreais expectativas todas as cores do arco-íris, sem esquecer, o tesouros que me danei pra ganhar, no caminho. Tudo em vão, penso.Uma malfeitora, é o como premio essa vivência dos tempos atuais. De bode comigo, além de ser totalmente utópica e maldosa, me trai. A vida me chifra dia após dia, e descornada que ando, pelos cantos de cabeça baixa, e fala mansa, chego a dar dó - o que me é atípico, e me irrita: a tal pena. Faz com que eu aceite de cabeça baixa e boca cerrada todos os nuncas que despejei com certeza forte, e faz chover imprevisibilidades na rota que percorro.
Existência retirante, indigesta. Não a que me assaltou, e levou a infelicidade e improdutividade na sola do pé. Vida bandida, sim, aquela que me tirou do colo os afagos incompletos de tramitar entre a felicidade irradiante, e o fundo do poço escaldoso. De lágrimas, de porres, de sonhos rasgados. Mas, surpreendidos. Atenciosos, e até mesmo, desejosos de atenção. De repente, final de combustível. Momentos repetidos, um dia depois do outro; todos ridículamente iguais. Sem mais feitiços e manobras radicais. Loucuras, por vinte e quatro horas banais. Entediantes, decoradas.
Vitalidade intocada, mal amada, improvisada. Sem suplicar, é pedir demais que você desenhe a folha inteira, ao invés de deixar esses espaços enormes em branco? Sem medo nenhum, será que dá pra serem maravilhosos meus dias futuros, todos esses meses pela frente? Não esquecendo as falas, as legendas, as serenatas de amor que minha janela aberta não recebe de jeito nenhum - e aguarda ansiosa. Apenas questionando, pra que tudo isso valha a pena, mereça existir. Que se encontrem as falhas, os tão ditos circuitos que não funcionam, e sim, fracionam o antes estremecedor nesse rio sem ondas, e marés cheias, quase lago, que corre fluído e espaçoso sem mais agitações. O córrego que passa então, lento, e sem topar nas pedras, sem se deixar contaminar pela agressividade chuvosa. Não nasci pro banho maria, não. Quero mais é que queime, que borbulhe, incendeie. Trocar combustível, por combustão. Por mais que, quem esteja dentro da panela, seja eu. Que se faça chover, e molhe o corpo inteiro, como quem renasce, e dança feliz. Que eu tope por aí com quem não vejo há tempo, que encontre no meio da carteira, algum bilhete qualquer, quem sabe uma luz na lâmpada que acende em cima da cabeça: idéias, aceito. Viagens, ainda mais. Risadas, cumplicidades, músicas reunidas, pecados docéis. Comida boa, companhia maravilhosa, bagunça organizada. Mergulhar, e encontrar conchas inéditas, peixes fujões, repostas. Que os dias se preencham de luzes imediatas, e momentos peculiares. Dá lugar vida, saí dessa fossa, levanta do chão que subindo na árvore a gente pega aquela flor e coloca na orelha, finge que é Jane e quem sabe, encontra Tarzan. A cem por hora, ritmo acelerado; sem mesmice, estagnação. Reergue, reflora, reascende, revive. Vida vadia, ou vida vazia? Tanto faz, maldita.

Mais aqui: http://calmila.blogspot.com/

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